segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Aprendizagem Colaborativa ou Cooperativa? Eis o desafio do professor.



Há controvérsias entre autores quanto ao uso dos termos na educação pós-moderna. CORD, 2000; HARASIM, 1995 e 2000; DILLENBOURG, 1995; LAROCQUE, 1997; PASS, 1999 e NITZKE et al. 1999, afirmam que há diferença conceitual entre os dois termos, colaboração e cooperação. No entanto, quase todos destacam que o processo de colaboração é mais complexo.

A aprendizagem cooperativa pode ser definida como qualquer atividade de grupo, condicionada a troca de informações e conhecimentos. Está organizada de maneira que haja distribuição de tarefas e respeito à hierarquia.

A aprendizagem colaborativa, por sua vez, pode ser definida como atividade desenvolvida em conjunto que leve a aquisição de conhecimentos e habilidades. A apreensão do conhecimento se dá quase que como um efeito colateral da resolução de problemas emergentes, mediada pela divulgação de novos conhecimentos que vão sendo incorporados aos já adquiridos.

O potencial da aprendizagem colaborativa está no desenvolvimento do pensamento crítico "por meio de discussão, de clareza das idéias, bem como a avaliação de outras idéias" (DILLENBOURG, 1999, p. 4). A aprendizagem colaborativa é, portanto, um processo de reaculturação que requer esforço associado e que ajuda os estudantes a se tornarem membros de comunidades de conhecimento cuja propriedade comum é diferente daquelas comunidades a que já pertencem.

Na colaboração todos trabalham em conjunto sem distinções hierárquicas em um esforço coordenado a fim de alcançarem o objetivo ao qual se propuseram. Na cooperação, a estrutura hierárquica prevalece e cada um dos membros da equipe é responsável por uma parte da tarefa.

“A colaboração difere da cooperação por não ser apenas um auxílio ao colega na realização de alguma tarefa ou a indicação de formas para acessar determinada informação. Ela pressupõe a realização de atividades de forma coletiva, ou seja, a tarefa de um complementa o trabalho de outros. Todos dependem de todos para a realização das atividades, e essa interdependência exige aprendizados complexos de interação permanente, respeito ao pensamento alheio, superação das diferenças e busca de resultados que possam beneficiar a todos” ( KENSKI, 2003, p. 112).

Porém, ambos os métodos admitem a influência fundamental de John Dewey, Lev Semenovich Vygosty, Jerome Seymour Bruner e Jean Piaget, principais pensadores da aprendizagem colaborativa. Afinal ainda não sucumbiu a crença de que “a educação deve ser vista como uma aventura social na qual todos os indivíduos têm a oportunidade de contribuir e para a qual todos sentem responsabilidade”. Educadores responsáveis sabem que o conhecimento a ser passado ao aluno flui melhor quando se dá na “zona de desenvolvimento proximal”, ou seja, na diferença entre o que o indivíduo consegue realizar sozinho e aquilo que, embora não consiga realizar sozinho, é capaz de aprender e fazer com a ajuda de uma pessoa mais experiente, mesmo que isto signifique trabalho para o mais experiente.

Rezemos para que todo bom professor (experiente ou novato), não deixe de aceitar os desafios desses métodos temendo que possam resultar em avaliação hostil dos estudantes, normalmente acostumados a aulas expositivas (verdadeiros monólogos docentes) ou de colegas professores pouco comprometidos com uma educação profunda, complexa e diferenciada.

2 comentários:

Ruiva disse...

Oi Mirin... cooperando ou colaborando espero que os professores saiam de seus castelos e passem a compartilhar, cooperar e colaborar uns com os outros.

bEijos

Professora disse...

Querida

Perfeito!!! Espero que divulgue este material para todos os seus colegas e alunos.
Abraço